31 de janeiro de 2011

O lado cruel do preconceito!

Frase deixada por "estudantes" na Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Ao me deparar com essa imagem me lembrei das palavras da Mãe Yá Mukumbi* que diz: " [...] quando passo pela Universidade e me deparo com um panfleto contrário ao sistema de cotas, agradeço aos estudantes que se posicionaram dessa maneira, porque isso induz a não desistir nunca da luta a favor do negro. Saber da existência de muitos brancos contrários e que se opõem aos nossos passos de conquista fornece-me uma maior motivação." (OLIVEIRA, Vilma Santos de, p.139, 2007).**


Isso apenas confirma que estamos longe de um país sem preconceito, e que a "democracia racial" é apenas um mito...e que quando levamos essas discussões para as salas de aulas - ensino fundamental, médio e dentro da academia - encontramos uma enorme resistência. O que mais me surpreendeu foi o descaso dos estudantes dentro da academia em fomentar discussões raciais, principalmente alunos das áreas humanas que passam 4 anos falando em questões sociais, culturais e políticas ... e quando tira-se uma matéria para entendermos/compreendermos sobre a verdadeira história do negro, para discutirmos sobre sua realidade, acabamos ouvindo que a matéria é "chata" que só se fala nesse assunto que todos já sabem. Se já sabemos que o preconceito existe porque ainda praticamos? e porque é tão difícil  falarmos sobre a questão racial?


Termino esse post com as palavras de Zulu Araújo - Presidente da Fundação Cultural Palmares - que cita um   poeta "A gente não deve esmorecer, deve ter persistência, porque na verdade a felicidade do negro é uma felicidade guerreira".**

*Dona Vilma Santos de Oliveira, presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra de Londrina.
** Referência Bibliográfica: O negro na universidade : o direito a inclusão / Jairo Queiroz Pacheco, Maria Nilza da Silva (orgs.) – Brasília, DF : Fundação Cultural Palmares, 2007.160 p.

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