Caros colegas, venho por meio desta apresentar a vocês uma situação revoltante que esta acontecendo na secretária de educação do Estado de São Paulo. Esta semana esta ocorrendo o processo de atribuição de aulas para o ano letivo de 2011. Este processo visa preencher as vagas de professores através de um processo simplificado de contratação.Em São Paulo existe uma classificação destes docentes e de acordo com tal classificação, as famigeradas categorias P,N,F,L,O e assim por diante. Cada categoria e definida por uma resolução. Tais aulas são atribuídas de acordo com a licenciatura que o referido professor possui, acontece que este ano os professores que possuem 160 horas de uma outra disciplina podem dar aulas desta disciplina na frente de quem fez a graduação na referida disciplina, de acordo com a resolução SE 77, de 17/12/2010 “DISCIPLINAS CORRELATAS: § 1º - Além das disciplinas específicas e/ou não específicas decorrentes do curso de licenciatura concluída, consideram-se para fins de atribuição de aulas na forma de que trata o “caput” deste artigo, a(s) disciplina(s) correlata(s) identificadas pela análise do histórico do respectivo curso, em que se registre, no mínimo, o somatório de 160 (cento e sessenta) horas de estudos de disciplinas afins/conteúdos dessa disciplina a ser atribuída”. Vale lembrar que esta resolução saiu depois das inscrições para o processo seletivo. De acordo com esta resolução um professor A que, por exemplo, tem graduação em geografia e 160 horas de disciplinas em sociologia, na atribuição será ofertada a ele (de acordo com sua classificação) as disciplinas de sociologia na frente de quem fez a graduação em ciências sociais e/ou sociologia mas que esta em uma classificação posterior a do referido professor A, resumo da ópera: os alunos estão tendo professores de outras matérias dando aulas de disciplinas para as quais possuem uma formação parcial, enquanto vários professores graduados nestas disciplinas estão sem trabalho.De acordo com a secretaria de educação esta medida visa solucionar o problema da falta de professores em certas disciplinas, tais como: sociologia e filosofia. Mas neste caso apresenta-se uma questão que não quer calar: porque as aulas não são ofertadas a cada professor de acordo com sua licenciatura e após este processo as aulas remanescentes são ofertadas aos professores que possuem 160 horas de outras disciplinas? Ao contrário, professores com formação parcial darão aulas a estes alunos e os professores graduados ficam sem aulas, mas uma vez o Estado demonstra seu total desrespeito pelos professores, especialmente os ingressantes que estão em uma colocação baixa (já que o tempo de serviço é contado para a classificação) e além disso tem suas aulas atribuídas a outros professores.Além do fato de demonstrar nenhuma preocupação com a formação de seus alunos já que esta deixando sem aulas professores graduados na referida disciplina para atribuí-las a professores com formação parcial nas mesmas (160 horas), se não for este o caso, outra possibilidade é entender que para a Secretária de Educação do Estado de São Paulo uma formação de 160 horas é igual a uma formação de 4 anos, em ambos os casos a interpretação das ações da secretária é revoltante para quem se preocupa verdadeiramente com a educação. Em suma de acordo com a legislação de São Paulo se você possui uma graduação e mais 160 horas de outra disciplina na prática no momento da atribuição você tem duas graduações já que pode escolher aulas na frente de quem tem a graduação na referida disciplina. Estou escrevendo porque isto é um desrespeito total com a nossa formação acadêmica e espero o apoio de todos para denunciar este absurdo.
Prof° Ms° Barbara Cristina Mota Johas,(Professora de sociologia do Estado de São Paulo).
9 comentários:
Sou professor de filosofia, efetivo, fiquei sem poder completar a minha jornada de trabalho para este ano (2012) exatamente por esse motivo. Falei com várias pessoas, mas todos acham isso normal. Na verdade a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não está preocupada com a qualidade das aulas, mas apenas em manter alunos na classe com alguém cuidando, o famoso vigiar e punir de Foucault...
Na minha opinião o que está errado é a escrita da lei, pois se onde os caros colegas estão, falta aulas para serem atribuídas aos professores de aulas específicas, onde me encontro simplesmente não existe professores de sociologia e filosofia, tendo que ser atribuídas necessariamente a quem tem as tais 160 horas,mas no meu caso é ainda pior sou Pedagoga e tenho na minha somatória 108h de sociologia geral + 72 horas de sociologia da educação, que daria um total de 180 h. Mas até o presente momento, atuo efetivamente como professora de sociologia em 11 classes do Ensino Médio, com todas as atribuições do mesmo, porém recebo como eventual e simplesmente porque a Secretaria da Educação do Estado de SP diz que Sociologia da Educação não é uma matéria afim ou correlata da Sociologia geral, então não sei o que ela é? . O justo seria ter o professor da área específica(Onde estão vocês???), mas já que não existe na minha região, justo seria eu estar recebendo pelo que faço na real e não a Secretaria de Educação ficar fechando os olhos para essa realidade. Mais justo ainda, seria não só o Pedagogo, mas todos os profissionais da Educação serem valorizados e quem sabe assim problemas como o meu e o seus seriam mais facilmente resolvido. A secretaria de Educação é um orgão que fica passando de um departamento a outro e nada resolve, então melhor seria que cada escola tivesse autonomia de resolver seus problemas do dia-a-dia sem a interferência de terceiros que nada sabem "onde o calo doe".
Compartilho da mesma indignação que vc Barbara!!!! Sou professor de sociologia na região sul de são Paulo e na classificação muitas vezes professores com 160 horas pegam aulas na minha frente, sem ter o mínimo de leitura e comprometimento com a ciência em questão. Se por um lado o problema é da secretaria, por outro, em face da singularidade econômica da cada um, os professores não se recusam a pegar essas aulas mesmo sabendo que não estão preparados a dá-las. Eu sou graduado em ciências sociais – sociologia, tendo 160 horas e pós- lato senso em filosofia, e na atribuição me recusei a pegar filosofia, mesmo sabendo que tenho certo conhecimento, mas não me comparo com o graduado da área. Sei da minha realidade, por isso não critico quem precisa pegar por razões econômicas, pois precisamos sobreviver NÉ!!!!!!!!!!!!!!. Ocorre que tem colegas que pegam na sua área e completam com as correlatas e neste ponto é que faço minha crítica aos colegas, se não for necessário deixe para os próximos!!!! Enquanto puder, resistirei, e deixarei quem é da área pegar, é o justo com os alunos, o profissional da área e com meus princípios. Fica aqui minha indignação e contra ponto, Estado justo e professores conscientes, abc a todos!!!!!!!!!!
Quero registrar aqui minha indignação, ainda continua esse abuso, atribuição de aula, hoje, 28/01/2013, na minha escola atribuíram aulas de sociologia a uma professora de geografia, só porque ela tem mais pontuação, e eu que tenho graduação em Sociologia fiquei sem aulas...isso é justo?
Também quero deixar minha indignação, não consigo ter aulas de Sociologia, mesmo sendo formada nesta disciplina, na atribuição ocorrida na minha escola uma professora formada em Estudos Sociais com plenificação em Geografia pegou todas as aulas de sociologia e na atribuição da DE, todos os professores com correlatas pegaram todas as aulas e os formados em Sociologia e Filosofia ou continuam em horário de permanência ou com poucas aulas, mas não em Sociologia e sim em outras disciplinas como é meu caso. Agora que direito uma disciplina correlata tem em cima de uma licenciatura plena. Não me conformo, me sinto injustiçada.
Professora: Paola
Meu amigo, mude de profissão, se vc não compreendeu a situação do ensino no país ou no estado de sp, é melhor partir pra outra.
abraços.
Não consigo entender, a profissão de professor no Brasil,principalmente no ensino fundamental e médio não são nenhum pouco atraentes, e as pessoas insistem em querer adquirir diploma nestas áreas. Ou, é porque não nenhuma oferta de empregos em suas regiões, ou é "burrice" mesmo, não consigo compreender essa ansiedade de querer que o ensino no Brasil seja do primeiro mundo. É tanta hipocrisia neste país, que a educação pública está em segundo plano, e os professores insistirem em querer continuar, repito, insistindo nesta carreira que não tem valor.
O ensino público em países do Terceiro Mundo é uma catástrofe, para não dizer corrupto, governantes, políticos e empresários estão envolvidos em tanta situações ilegais, que a Educação irá mesmo ser discutido, talvez, no século XXI por volta do ano 2027, quando o povo brasileiro estiver ao alcance de uma educação de qualidade, enquanto isso não ocorrer, vamos ter que suportar esta crise prolongada na área do ensino público por mais algumas décadas.
Postar um comentário