20 de abril de 2011

Carta de repúdio ao DCE.


Coletivo Pró-Cotas
Diversidade e Permanência na UEL.

           
Carta de repúdio
O Coletivo Pró-Cotas vem, por meio desta carta, esclarecer alguns pontos relacionados à pintura do muro do espaço do DCE, sede do centro da cidade, localizada na Rua Prefeito Hugo Cabral. A intenção desta carta está em elucidar esse impasse, visto que há informações desencontradas a respeito do tema, porém não é de interesse do Coletivo propagar conflitos contra os órgãos representativo da UEL, pois nosso foco é fomentar a discussão sobre cotas.
            Em carta escrita pela gestão do DCE “UEL de cara nova”, no dia 7 de Abril de 2011, foi citado que “a gestão foi procurada pelo Coletivo Pró-Cotas, que se ofereceu para pintar ‘do’ local em troca da utilização do muro para colocar mensagens a favor das cotas”.
O fato foi que procuramos o presidente do DCE para que fosse colocado em pauta de reunião a nossa proposta de intervenção artística e politica no muro do DCE do centro. No dia 12 de março nos encontramos com os integrantes Patrick Wietchorek, Willis Rodrigues, Arthur Montagnini e Vinicius Bueno, os quais estavam em reunião no DCE da UEL, e nos confirmaram que a proposta já havia sido discutida e deliberada, dando AUTONOMIA ao Coletivo de se expressar. Nesse mesmo dia, fomos informados que a gestão planejava uma revitalização do espaço, nossa proposta e a da gestão não eram a mesma, mas ficou concordado que seriam realizadas concomitantemente.
            No dia 20 de março foi realizada a pintura do muro. O Coletivo chegou ao local no horário marcado e encontrou apenas um representante, o Arthur Montagnini, juntamente a ele definimos o local da pintura. Durante a pintura, um membro do DCE, Vinicius Bueno, veio nos questionar a respeito da inserção do nome do Coletivo no muro, alegando que os demais estudantes presentes não concordavam, entretanto os mesmos não vieram diretamente ao Coletivo expressar essa divergência, o que gerou uma falta de comunicação, abafando o discurso e o objetivo principal da intervenção.
            O Coletivo vê a necessidade de estampar o seu nome, pois nos encontramos em um momento de afirmar nossa posição a respeito das cotas, uma vez que estamos no período de avaliação do sistema de cotas.  Acreditamos ainda, que o DCE não tem aparatos para suprir a demanda dessa discussão, pois mesmo que DCE tenha alegado no dia 12 de março sua posição a favor das cotas, demonstrou não ter argumentos suficientes para tanto, a ponto de no dia 5 de abril alegar que apagou a intervenção artística do muro por não haver consenso na própria gestão sobre esse assunto.
             O DCE decidiu apagar a intervenção do muro em uma instância sem DIVULGAR para o Coletivo, portanto sem garantia dos nossos direitos de argumentação. O estudante Jonas Campos, membro do C.A. do curso de ciências sociais, esteve presente nesta reunião e relatou que o ponto sobre o muro teve apenas caráter informativo, sem discussão e sem votação, o que caracteriza uma decisão IMPOSITIVA.
            O Coletivo Pró-Cotas vem, por meio desta carta, repudiar a atitude impositiva de censurar a mensagem escrita no muro e denuncia a não representatividade da atual gestão do DCE.
            A discussão sobre cotas tem sido limitada ao simples SIM ou NÃO, isso é um grande problema. Temos que nos afirmar como estudantes, cotistas e negros, já que sabemos como e por quem a historia foi escrita, portanto não aceitamos a forma como a manifestação política foi apagada do muro exatamente pela trajetória histórica dos negros em nosso país. Não queremos também vitimar a população negra, muito pelo contrário, esse é um momento em que muitos se incomodam com a forte afirmação que essa população vem tendo.

Apoiam esta carta:
Consulta Popular
Centro Acadêmico de Biologia
Centro Acadêmico de Psicologia
Centro Acadêmico Terra Livre - Agronomia
FOJUNE – Fórum da Juventude Negra de Londrina

Centro Acadêmico de Ciências Sociais
Assembléia Nacional de Estudantes-Livre (ANEL)

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